O Autocuidado como Imperativo Ético

por Henrique Ribeiro
Psiquiatra, coordenador do Cuidado ao Luto pela Covid-19

Em momentos difíceis como grandes tragédias naturais, pandemia e morte de alguém que amamos, é esperado que o ser humano apresente sintomas de sofrimento físico e psíquico como: ansiedade, insônia, angústia, tristeza, desânimo, medo, dores no corpo, alteração de apetite, pensamentos ruins, falta de concentração.

Esses sintomas costumam ser passageiros e adaptáveis e podem também nos empurrar para a resolução da situação buscando uma rede de suporte e mecanismos para controlar o sofrimento. Contudo, nem sempre é possível fazer isso sem ajuda de um profissional especializado. Nesses casos é importante reconhecer a necessidade de cuidado e buscar um espaço para recebê-lo.

Para receber um cuidado de excelência, espera-se que o profissional também esteja com os seus mecanismos de autocuidado operando adequadamente e recebendo suporte de sua própria rede, de um psicoterapeuta e de supervisores. É uma estratégia de cuidar de quem está cuidando para que possa cuidar ainda melhor do seu paciente.

Em situações extremas como a que estamos vivendo na pandemia da Covid-19, torna-se extremamente necessário o suporte aos profissionais envolvidos nos atendimentos. Por essa razão, todos os profissionais envolvidos no trabalho voluntário do Cuidado ao Luto realizam treinamento especializado, se ajudam mutuamente e recebem supervisão de outros profissionais. Dessa forma, constatamos que o autocuidado é um imperativo ético do profissional de saúde, conferindo estrutura para melhores ações assistenciais, bem-estar aos profissionais e, assim, buscamos mudar a cultura da área da saúde do “faça o que eu digo e não faça o que eu faço”.

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