Luto, um processo

“Tudo isso é novidade para mim. Essa perplexidade.”
Joyce Carol Oates


Essa sensação talvez seja uma das primeiras que o luto promove na gente. Perplexidade. É difícil acreditar, se adaptar, se pensar na vida. Isso é parte da reação normal à perda, mas nos assusta e dá medo.

Morre alguém que nos referencia no mundo. Morre uma parte de nós. Morre esperança. Morre alegria. Morre sentido. Renasce no depois…. e o depois pode levar tempo. O depois reconstruído precisa ser acomodado e integrado à nossa vida, ao futuro de perspectivas através da voz da esperança. Leva tempo e o tempo as vezes não ajuda. Diferente do que o tempo do senso comum fala. A morte sela um destino.

Mortes pela covid-19 podem trazer consequências emocionais diferentes de outras mortes por adoecimento. Tudo é muito rápido, agudo e súbito. De uma hora para a outra sentimos que somos expulsos das nossas vidas pela retirada abrupta de alguém muito significativo.

A maioria das mortes é solitária e sem a presença da família. Não recebemos informações adequadas e, por não estarmos presentes para cuidar dos nossos entes queridos, não temos a história dos últimos momentos. As cenas ficam só na imaginação, e às vezes imaginar pode ser bem doloroso.

Neste momento, o que as pessoas enlutadas precisam é de empatia, acolhimento e suporte. E o profissional pode ajudar oferecendo o cuidado suportivo, amortecedor da dor, neutralizador das dificuldades de adaptação causadas pelas transformações que o nosso mundo sofre quando perdemos alguém tão importante.

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